15 ocorrências: Mt 2:23; 26:71; Mc 10:47; Lc 18:37; 24:19; Jo 18:5,7; 19:19; At 2:22; 3:6; 4:10; 6:14; 22:8; 24:5; 26:9.
Originalmente, nazareno designava alguém que nasceu em Nazaré, um vilarejo pobre da Galileia, e desprezado pelos judeus (Jo 1:46; 7:52). Embora tenha nascido em Belém (Mt 2:1; Lc 2:4-7), Jesus foi chamado de Nazareno (Mt 26:71; Mc 1:24; 14:67; 16:6; Lc 4:34; 18:37; 24:19; Jo 18:5,7; 19:19). Isso ocorreu por ele ter habitado em Nazaré desde muito pequeno, de modo que muitos consideravam-no como sendo nazareno. Por outro lado, devido a essa localidade ser desprezada por muitos judeus, supõem-se que nazareno também fosse um termo pejorativo. Dependendo do contexto, chamar alguém de nazareno podia ser interpretado como uma espécie de xingamento. Essa informação é relevante, pois talvez seja a explicação para o que encontramos em Mateus 2:23, onde é dito que Jesus foi chamado de Nazareno “para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas.” O problema é que não há profecia alguma afirmando que Cristo seria chamado de Nazareno. Sendo assim, Mateus 2:23 talvez faça menção ao desprezo implícito no termo nazareno, pois há profecias revelando que o messias seria desprezado pelos homens (Sl 22:6; 69:7; Is 49:7; 53:2s). Os primeiros cristãos foram também apelidados por alguns de seus perseguidores como sendo da “seita dos Nazarenos”, o que confirma o preconceito contra os habitantes de Nazaré. Outra explicação sugerida defende a tese de haver um paralelo entre nazareno e o termo hebraico nezer, que significa ramo (título dado ao messias em Isaías 11:1), ou com nazir, que significa príncipe (Gn 49:26; Dt 33:16), pois em ambos os casos são as mesmas consoantes em hebraico. Quanto à hipótese de Mateus 2:23 significar nazireu, isso é inconcebível, pois além de não haver profecia messiânica nesse sentido, as consoantes em hebraico são diferentes, e o ministério público de Jesus revela que ele não tinha voto de nazireu (Nm 6:2; Jz 13:5).